23 abril, 2009

Vidas

Um casal conversa numa mesa da esplanada do café, na marginal da cidade. Ela sorri, enquanto bebe um refrigerante por uma palhinha, ajeita o cabelo com a mão direita, enquanto escuta a voz dele, com os olhos tapados pelos óculos de sol, porém visivelmente entusiasmado. Na mesa ao lado, dois turistas bebericam numa garrafa de agua, apreciando a paisagem, comentando entre eles em línguas estrangeiras, confiantes de que ninguém por perto os compreende. Ao longo da pequena praça, pessoas que passeiam animais, namorados de mãos dadas, pais que seguram a mão dos filhos, correndo em direcção ao areal, desejando sentir a frescura e a água salgada acaricia-los com ternura.
E no meio de todas aqueles rostos sorridentes, sérios, ténues, indiferentes, estou eu; No meio dessa imensa multidão de pessoas, de vidas, encontro-me a olha-las e a observa-las. Porque mesmo estando aparentemente acompanhado, estou só. Vivo aquele momento para observar os outros a viver porque, neste momento, não tenho vida para desfrutar. Sinto-me vazio, transparente, invisível. Só consigo observar, invejando cada passo, cada movimento, cada olhar, desejando que cada um deles fosse meu.
Nesse mesmo momento, sinto uma pequena e ténue luz, que começa a preencher esse vazio, começo a sentir a opacidade do meu corpo... e sinto uma mão no meu ombro, quente, de toque suave mas firme. E à medida que a mão se mantém pousada no meu ombro, a luz aumenta, a opacidade volta. E eu sinto a minha fonte de vida a correr novamente. A mão transforma-se num olhar... esse olhar transforma-se numa palavra.... essa palavra num beijo. No desenrolar, a luz continua a crescer até que me invade totalmente, e quebra todas as barreiras do meu corpo e da minha alma. Parece que invade tudo e todos, e aqueles rostos que observava tornam-se ainda mais vivos e luminosos.
É aí que compreendo... que a minha vida dependia daquele toque, daquele olhar, daquela palavra e daquele beijo... que a minha vida dependia de ti.


Passaram-se quase onze meses. Meses de vivências, de alegrias, de diferenças, de entendimentos, de sorrisos, de lágrimas, desilusões, perdões, de tudo o que há de bom e também do que há de mau. Não é uma critica nem um desabafo. É dos momentos bons e dos momentos maus que as relações se tornam mais fortes. É havendo entendimento mutuo que uma Vida cresce, evolui e avança. Não é o destino que dita que nascemos para estarmos juntos. Somos nós todos os dias, que lutamos para criar o nosso próprio destino. E se esse destino, essa luta, puder ser ao teu lado, por mais e longos meses, sentir-me-ei feliz, por ter alguém como tu ao meu lado. Alguém com defeitos e virtudes, alguém humano. Mais do que hábitos, cláusulas, intimidades, sobrevalorizo um simples abraço, um beijo na face, um carinho. São esses pequenos momentos que eu guardo como tesouros de uma relação. Ao fim de onze meses, depois de tudo o que passamos e de todos os obstáculos que já foram e que ainda estamos a enfrentar, posso dizer seguramente. "amo-te".


Ass: Ruddy


4 comentários:

Set disse...

Em primeiro lugar és um parvo! Puseste-me a chorar e isso não se admite! Tas com sorte que foi chorar de alegria ou tavas tramado!

O meu morzinho sabe escrever muito bem... o texto ta muito lindo! =o)

Quanto ao resto, bem...
Estes ultimos dias, ou melhor, esta ultima semana tem sido uma confusão imensa, com muita estupidez pelo caminho mas o importante é que conseguimos resolver tudo e acabou tudo bem. Amo-te cada vez mais apesar de te ter feito sofrer para perceber isso. Não quero estar longe de ti!

Ass: Kiko

Minna disse...

I just gotta say both texts are cute... and that's all

Minna out

Minna disse...

O prometido é devido. Aqui fica um comment decente:

Os textos estão tão profundos que até estou a ver a China.

Adinatha Kafka disse...

:') lindo!

No fim de contas, se uma montanha russa estiver sempre lá em cima, não tem piada nenhuma... du iú nou uáramine?

Marina...mata-te!

 
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