05 dezembro, 2011

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Ele olhou em volta, tudo parecia perfeito e no seu devido lugar. Com as costas da mão limpou as gotas de suor dando por terminados os dias de cansaço, de mudanças e limpeza.
Era Inverno e do lado de fora chovia copiosamente, no entanto as janelas da casa permaneciam abertas como se o frio do exterior não conseguisse transpô-las. Inspirou enchendo os pulmões do ar perfumado que o rodeava e contemplou a vista. Apesar da chuva o céu estava luminoso, e uma fina cortina de neblina interpunha-se entre ele e a paisagem à sua frente. Envolto na neblina e tentando espreitar na sua direção estava o castelo da cidade, outrora omnipotente, mas que ainda tinha alguma da sua magia. Sentiu finalmente que estava em casa, que era ali que pertencia.
Sentou-se, como era habitual, atravessado na poltrona que se encontrava junto da janela, fixando os olhos no céu como se tentasse ver cada gota que caía. No silêncio da sua casa apenas o som da chuva a cair no exterior se sobrepunha à sua respiração pesada. A visão ficou turva e o seu coração apertado. Tudo o que há poucos segundos parecia perfeito, era agora apenas algo sem sentido. Faltava alguma coisa...algo que ele não conseguia explicar mas que lhe doía não ter. Foi então que a campaínha tocou. Enchugando as lágrimas levantou-se e dirigiu-se à porta indagando quem poderia ser.
Vagarosamente rodou a chave na fechadura e posteriormente a maçaneta. Do outro lado um olhar ternurento encontrou-se com o seu, um sorriso quente iluminou o seu dia e tudo pareceu novamente fazer sentido. Finalmente ele estava ali, e sentia-se completo!

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