Quando é que as figuras nas nuvens se tornaram tão assustadoras? Ainda me lembro do tempo em que, deitado no telhado da minha casa, o que eu via era apenas coelhos, crianças a brincar contentes e coisas que me faziam sentir bem. A única coisa que vejo agora são monstros, de garras e presas afiadas e prontos para atacar. Será o que vemos o reflexo da alma de cada um? Ter-se-á a minha alma tornado num lugar assim tão obscuro, tão assombrado que apenas os monstros da minha vida prevaleceram no seu interior? Ou serão apenas os desejos que deixo escondidos debaixo da pele, onde ninguém consegue vê-los, onde apenas eu posso alcança-los? Aqueles desejos que tanto anseio libertar em mim mas que, ao mesmo tempo, tenho receio que destruam a minha própria existência. Não sei qual das hipóteses receio mais.
Vejo as nuvens negras aproximarem-se e anseio pela chuva que tarda em cair. Anseio pela água purificante para que lave o meu corpo e o meu espirito, para que afaste de mim todos estes pensamentos obscuros que insistem em persistir dentro da minha cabeça por muito que os tente expulsar.
Quero pôr fim ao sofrimento, à dor que me acompanha a cada momento do dia, mas sinto que ainda não chegou a minha altura de partir. O meu trabalho aqui ainda não está concluído. Algo maior me espera e há quem ainda tenha a pagar pelos seus atos. Por enquanto, resta-me esperar pela chuva…
09 abril, 2012
Waiting for the rain...
Publicada por Set 0 comentários
Etiquetas: Paranoia
28 dezembro, 2011
Suicide Song
This is my suicide song.
Thank you to those
Who have been with me
all along,
But I feel there's no place
In this world where I belong,
And so I gotta go.
This is my goodbye song.
Sorry my friends
But i feel I just can't go on
Even knowing all this time
I wasn't alone,
But this pain has been hanging on
For far too long.
I'm sorry Mom
But I couldn't stay
And hope for a better day
So I let death take me away.
Please don't be sad,
Keep praying for my soul
And try to understand
I'm handling things
The best way that I can,
But my time has come
And I gotta meet the end.
This is the moment,
The last minutes before I go
When I think of all the people that I know,
And finaly I'm able to smile.
I know I'm doing what's right,
And this day, with the sun shining bright,
People will remember it
As the day I died.
Publicada por Set 0 comentários
16 dezembro, 2011
A piece of fucking mind...
Fucking tired
Of this fucking shit
This motherfucking life
And all this fucking hatred.
Am I really the bad guy in here?
Sure I wasn't ready for you to stay
But if you see things clear
You were the first to pull away.
Now the rain falls fast outside
And it's clounding my sight
I can't see my future from here
But I know I don't deserve your crap.
Stop bitching,
Stop whining
Stop being a fucking baby
If you want something hold on to it!
It was a chalenge and you were weak
You made promises you couldn't keep
I gave you choices you couldn't stand
No I'm the one who's not sticking around
to see the end.
Publicada por Set 0 comentários
Etiquetas: Paranoia, Reflections
05 dezembro, 2011
. . .
Ele olhou em volta, tudo parecia perfeito e no seu devido lugar. Com as costas da mão limpou as gotas de suor dando por terminados os dias de cansaço, de mudanças e limpeza.
Era Inverno e do lado de fora chovia copiosamente, no entanto as janelas da casa permaneciam abertas como se o frio do exterior não conseguisse transpô-las. Inspirou enchendo os pulmões do ar perfumado que o rodeava e contemplou a vista. Apesar da chuva o céu estava luminoso, e uma fina cortina de neblina interpunha-se entre ele e a paisagem à sua frente. Envolto na neblina e tentando espreitar na sua direção estava o castelo da cidade, outrora omnipotente, mas que ainda tinha alguma da sua magia. Sentiu finalmente que estava em casa, que era ali que pertencia.
Sentou-se, como era habitual, atravessado na poltrona que se encontrava junto da janela, fixando os olhos no céu como se tentasse ver cada gota que caía. No silêncio da sua casa apenas o som da chuva a cair no exterior se sobrepunha à sua respiração pesada. A visão ficou turva e o seu coração apertado. Tudo o que há poucos segundos parecia perfeito, era agora apenas algo sem sentido. Faltava alguma coisa...algo que ele não conseguia explicar mas que lhe doía não ter. Foi então que a campaínha tocou. Enchugando as lágrimas levantou-se e dirigiu-se à porta indagando quem poderia ser.
Vagarosamente rodou a chave na fechadura e posteriormente a maçaneta. Do outro lado um olhar ternurento encontrou-se com o seu, um sorriso quente iluminou o seu dia e tudo pareceu novamente fazer sentido. Finalmente ele estava ali, e sentia-se completo!
Publicada por Set 0 comentários
12 novembro, 2011
Bursting Feelings
Drunk,
Helpless.
Drenched in my ouwn ruthless fears.
Lies,
Feelings.
Trying my best to keep away the tears.
Hurt,
Pain.
Why am I such a terrible mess?
Hope,
Lost.
I always fail at giving my best!
Why does it always have to be like this?
Why do I always have to play the bad guy?
Why can't i, for once, be the hero in my life?
Why can't anybody see what I really am inside.
So many questions with no answer,
S0 many unsolved puzzles in my heart...
Sad,
Mad.
I feel like I'm bursting inside.
Lifeless,
Dead.
Should I simply let go and step aside?
Publicada por Set 0 comentários
22 outubro, 2011
it's all about you
Rushing against time
Publicada por Set 0 comentários
Etiquetas: Paranoia
19 outubro, 2011
your first appearance...
Apesar de não ver por onde ia conseguia ouvir o barulho da multidão e o brilho das luzes estava também mais perto. Ao contornar uma das últimas casas antes da rua principal algo veio contra mim deitando-me ao chão. Durante alguns segundos paralisei sem saber o que tinha acontecido. Ergui o olhar e reparei que estava alguém tombado à minha frente e, entre nós, uma pilha de livros espalhados. Quem me tinha derrubado apressou-se a levantar, pegando em seguida no meu braço para me ajudar no mesmo processo.
– Peço desculpa. Estás bem? – perguntou num tom preocupado mas quase melodioso.
– Sim, sim… – a forma rude como falara e sacudia a minha roupa fez o rapaz que se encontrava à minha frente afastar-se.
Baixou-se para pegar nos livros que deixara cair e eu fiz o mesmo para pegar o meu caderno. O meu olhar cruzou-se com o dele enquanto ambos alcançámos o mesmo objecto. O seu olhar, num tom avelã, era gentil e o seu toque suave. A barba que lhe emoldurava o rosto conferia-lhe um ar atraente e o seu cabelo, num tom um pouco mais claro que o meu, estava completamente desalinhado devido à queda e a franja caía-lhe para a frente do rosto. Um segundo passou até ambos nos apercebermos que ele segurava a minha mão em vez do caderno visto que eu tinha sido mais rápido. Baixou o olhar rapidamente e afastou a mão pegando nos restantes livros e cadernos, mas não antes de me aperceber de como perfeitas eram as suas mãos. – Desculpa – pediu uma vez mais. – Com tanta coisa nas mãos nem vi para onde ia.
– Eu é que peço desculpa. Ia tão empenhado na leitura que nem vi onde punha os pés.
Levantámo-nos ao mesmo tempo e ele tentou equilibrar todos os livros e cadernos nos braços.
– Bem, mais uma vez desculpa – disse começando a afastar-se.
– Sem problemas – respondi com um sorriso.
Publicada por Set 0 comentários